terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cinemateca Capitólio


O prédio foi inaugurado em 1928 e abrigava um antigo cine-teatro de Porto Alegre, hoje desativado. Foi tombado como patrimônio histórico em 2002 e dois anos depois sua fachada foi completamente reformada. Ele era moderno para sua época, e possuia apresentações de teatro assim como projeções de filmes, mas entrou em declínio juntamente com o cinema de calçada.

O projeto de restauração em si é interessante: transformar o cine-teatro em uma cinemateca, com um acervo históricos de filmes que teriam sessões nas salas de cinema do local, além de contar com biblioteca, café e espaço para exposições. Haveria uma parceria entre a FUNDACINE e a Secretaria Municipal de Cultura para administrar o prédio.

Prédio antes da reforma da fachada.

Porém, na prática, o que aconteceu foi diferente: a fachada foi restaurada, mas a cinemateca não abriu. O prédio permanece fechado e começou novamente a se degradar, a ficar sujo e pichado. Ou seja, se reabrir não terá o glamour que se esperava para ele. Claro, está notavelmente melhor do que antes da reforma. Mesmo assim, ficou como mais um dos tantos projetos culturais que não vingam em Porto Alegre.

É uma pena. Num novo Centro Histórico sua presença - funcionando, claro - seria importantíssima. Ainda mais que fica na avenida Borges de Medeiros, que hoje figura como a rua política-econômica mais importante da capital, mas poderia ter lugar também como rua cultural. E a cinemateca Capitólio daria um primeiro toque de erudição à via.
Leia mais...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Uma nova Borges

A Avenida Borges de Medeiros, perto da avenida Ipiranga, possui belos prédios e concentra importantes centros políticos da cidade e do Estado. Porém, depois de cruzar a perimetral, passando por cima de um viaduto, muda completamente, adaptando-se ao cenário decadente do Centro de Porto Alegre.

Prédio na Borges perto da Ipiranga

Como já escrevi aqui antes, alguns prédios deveriam ter sua fachada melhorada. É complicado fazer obras com pessoas morando, mas para melhorar o visual da cidade é um preço justo a se pagar. A pobreza do Centro de Porto Alegre é assustadora. Mendigos, prédios caindo aos pedaços, ruas e calçadas manchadas e com aspecto sujo. Muita coisa precisa ser melhorada. Porém, uma coisa leva a outra. E o visual urbano e atrações atrairia novamente quem tem dinheiro para o Centro.

Como poderiam ser os prédios da Borges no Centro

Eu, particularmente, gosto da arquitetura dos prédios modernos europeus, com sacadas, para que se possa apreciar a vista da cidade. Hoje, no Centro, isso não é algo vantajoso. Mas futuramente, se muitas reformas forem feitas, possa valer a pena.

Governador Borges de Medeiros

Antônio Augusto Borges de Medeiros (1863-1961) foi presidente do Estado em dois momentos: de 1898 a 1908 e de 1913 a 1928, totalizando 25 anos no poder. Ele que dá nome a rua que é a mais importante do Centro da cidade. Já ressaltei aqui que gostaria de lotar o bairro com estátuas. Pois que se faça uma em homenagem a este governador, que enfrentou (e ganhou) a Revolução de 1923.

Estátuas das belas artes

E que se coloque também, por exemplo, algumas estátuas de belas artes por alí. Vamos fazer da Borges de Medeiros - pelo menos na altura do Centro - uma avenida importante pelo seu aspecto cultural (que deve ser criado, diga-se de passagem) e não só pelo político.
Leia mais...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cores e novos ornamentos para o viaduto

Com a ideia de deixar o Centro mais bonito, o viaduto Otávio Rocha mereceria um toque de cor, mais charme, mais elegância. Ele parece um bloco grande de cimento. Um daqueles prédios que nunca foram terminados. Recentemente muitas obras históricas no Centro de Porto Alegre receberam as cores amarelo e bege-claro. Por que o viaduto não poderia seguir a mesma tendência? Assim, deixaria um pouco mais claro aquela parte do bairro que é bonita, mas onde parece que não se vê o Sol.

Museu de Artes do Rio Grande do Sul em novas cores

Dentro de alguns dos diversos arcos presentes na estrutura há lojas e bares. Em outros há portas fechadas. Nos demais há uma espessa parede sem detalhe nenhum, e nos dois centrais há duas estátuas iguais, uma de cada lado da rua. A pintura nesses arcos que não possuem nada poderia ser de vistas antigas da cidade, baseada em quadros pintados àquela época. Assim, funcionariam como janelas para o passado de Porto Alegre. Vários artistas poderiam ser chamados e cada um pinta uma parte do todo em um dos arcos.

Estátuas que quase não se vê no viaduto

Arcos sem nada: completamente pichados

Um exemplo do que poderia ser retratado é a aquarela de Herrmann Wendroth, Porto Alegre vista do lago Guaíba, de 1852. Abaixo seguem o quadro original e um esquema de como ficaria pintado nos arcos do viaduto.

Pintura original


Esquema da pintura nos arcos do viaduto

Outra coisa interessante de se fazer é na parte de cima do viaduto, onde passa a avenida Duque de Caxias. Lá há apenas uma calçada com um mirante, mas poderiam ter bancos ou quem sabe mesinhas com cadeiras - somente duas por mesa para não atrapalhar muito a circulação - para que se pudesse sentar para conversar e tomar um chimarrão.

Calçada da Duque: entrariam mesas e cadeiras (ou bancos) e sairíam os carros estacionados

O parapeito também poderia ganhar alguns detalhes: plantas, vasos, estátuas pequenas. As luminárias poderiam ser mais trabalhadas, mais elegantes. Assim daria um charme à obra que ela hoje de longe não possui. E então, além de referência para se localizar no Centro de Porto Alegre, o viaduto também seria um ponto turístico da cidade: e daria um ar de requinte para o bairro.

Parapeito com luminárias e sem muitos detalhes

Luminárias mais elegantes poderiam ter lugar na obra

Ornamentos para o viaduto: vasos e pequenas estátuas

Claro que ainda faltaria um último detalhe, para ser resolvido com o tempo: o que fazer com os lugares abandonados do viaduto. Tendo em vista que as reformas serviriam para atrair o público e o turismo ao local, talvez isso se resolvesse automaticamente. Talvez não. Mesmo assim só o fato de a obra ganhar destaque já seria de extrema utilidade para a cidade.
Leia mais...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Viaduto Otávio Rocha

Ele é mais conhecido como viaduto da Borges e é uma importante obra da engenharia civil de Porto Alegre. Serviu para resolver o problema da criação de uma nova avenida no centro da cidade por parte do intendente Otávio Rocha (que deu nome ao viaduto) e do então presidente do Estado Borges de Medeiros (que deu nome à via). Em 1926, a nova rua impunha um rebaixamento do terreno do Centro da cidade, deixando um vão na Avenida Duque de Caxias.

Vista da Avenida Borges de Medeiros

A criação dessa nova rua (Borges de Medeiros) foi proposta em 1914, com a intenção de cruzar o morro principal do Centro da cidade e unir as zonas da capital, e desde então já havia a ideia da construção de um viaduto para que o leito da Duque de Caxias não fosse interrompido. Como a avenida em si foi aberta doze anos depois, a obra só ficou pronta em 1932, cinco após seu projeto ter sido aprovado. Por ser toda de concreto, pensou-se em utilizá-la como abrigo aéreo caso houvesse algum bombardeio na cidade durante a segunda guerra.

Vista da Avenida Duque de Caxias

Por ser referência em Porto Alegre, foi tombado em 1988 e completamente revitalizado em 2000, juntamente com suas 36 lojas. Mesmo assim, não é nada mais do que um viaduto.
Leia mais...

sábado, 30 de outubro de 2010

Praça da Matriz - fotos antigas

Algumas fotos contando a história da Praça da Matriz (Marechal Deodoro).

Pintura de Athayde d'Avila no século XIX, quando a praça ainda era um largo.

Aquarela de Herrman Wendroth, de 1852, retratando a Igreja da Matriz e o Palácio do Governo.

A Igreja da Matriz e a Capela do Império do Espírito Santo que deram lugar à Catedral Metropolitana.

Vista lateral da Igreja da Matriz.

O Theatro São Pedro e a praça com os primeiros sinais de arborização.

Os prédio gêmeos (o da direita foi destruído em um incêndio em 1949).

O Palácio Piratini, sede do governo rio grandense, erguido no início do século XX.

A Praça na década de 1920, com o Auditório Araújo Viana onde hoje fica o Palácio Farroupilha.


Leia mais...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Praça Marechal Deodoro


É um dos logradouros mais antigos e mais bonitos de Porto Alegre. Sua origem bate com a da própria capital, mas o local era um largo que só recebeu as primeiras calçadas na década de 1840. Quarenta anos depois ela começou a ser arborizada e em 1914 recebeu o monumento a Júlio de Castilhos, tomando a sua configuração atual. Já teve três nomes: Largo da Matriz desde 1773, Praça Dom Pedro II - nome dado em 1858 devido a uma visita do imperador a capital da província - e finalmente Praça Marechal Deodoro, em homenagem ao proclamador da república brasileira em 1889.

Monumento a Júlio de Castilhos

O local é belo, arborizado e repleto de adornos. Falta só um pouquinho de cuidado: podar algumas moitas, alguns galhos de árvore, consertar algumas rachaduras na estrutura do monumento principal da praça, pouca coisa. Assim como está parece que não damos muita atenção ao local. E isso que nos finais de semana é possível ver inúmeras famílias ao redor da praça, com as rodas de chimarrão típicas do povo gaúcho. Ou seja, é bem aproveitado. Só precisa de uns retoques aqui e ali periodicamente para não deixar que a praça fique com a aparência do Centro: suja e abandonada.
Leia mais...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Theatro São Pedro

O teatro mais antigo da cidade foi inaugurado em 1858, reinou por mais de um século, fechou, foi restaurado, e hoje figura como um dos astros da cena cultural da cidade. Além de tudo, é um prédio histórico que fica ao redor da Praça da Matriz, onde se encontram outros tantos mais dessa mesma categoria. Seu interior é todo decorado com veludo e ouro.


Suas obras começaram em 1834 por iniciativa de doze cidadãos que desejavam construir um teatro para Porto Alegre. No ano seguinte, as mesmas foram interrompidas por causa da Revolução Farroupilha. Claro que depois de tanto tempo parada - o fim da guerra se deu em 1845 -, novos recursos tiveram que ser recolhidos para a continuidade da obra. O projeto do teatro, inclusive, foi refeito por Georg Karl Phillip von Normann (1818-1862), arquiteto alemão que realizou diversas obras pelo estado do Rio Grande do Sul. O planejamento incluia dois prédio gêmeos, lado a lado.

Prédio gêmeos na Praça da Matriz. À esquerda o Theatro São Pedro e à direita o Tribunal de Justiça, destruído por um incêndio em 1950.

A Associação do Teatro foi uma sociedade encarregada dos encargos do Teatro, desde a sua inauguração em 27 de junho de 1858, até que ser destuída em 2 de abril de 1862 por falta de verbas. Porto Alegre na época possuía pouco mais de 20 mil habitantes e a manutenção se tornara cara para a iniciativa. Apesar de ser palco de diversos artistas consagrados, em abril de 1973 o Theatro São Pedro foi fechado por falta de manutenção adequada.

Interior do Theatro São Pedro: platéia e palco.

Dois anos depois sua restauração começou a ser feita. Em 1982 foi criada a Fundação Theatro São Pedro, dirigida por Dona Eva Sopher (que continua no cargo até hoje), que seria encarregada de cuidar do edifício e das atividades culturais em sua nova era. A reinauguração do Theatro se deu em agosto de 1984, e no ano seguinte o mesmo passou a contar com uma orquestra de câmara. A expansão começou a ser pensada em 1995, e em 2002, num projeto de Marco Peres, Julio Ramos Collares e Dalton Bernardes, começou a ser construído um Multipalco, que quando for concluído, se tornará junto com o Theatro São Pedro um dos maiores complexos culturais da América Latina.
Leia mais...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Planejamento urbanístico

Bem, uma cidade que se importa com sua aparência também deve se preocupar com seus habitantes. Ajudá-los, por mais frio que possa ser isso que eu vou escrever agora, é melhorar o visual urbano. Além disso, deve-se garantir a qualquer pessoa o mínimo de conforto possível. Como fazer isso?

O Chile possui um programa de erradicação das favelas até o final desse ano. Com a tragédia ocorrida no país no início do ano não sei mais se isso será possível, mas tudo andava bem até então. São iniciativas populares (privadas) que começam com a arrecadação de verbas para construção de conjuntos habitacionais. Após, é feito um cadastramento de mão-de-obra voluntária para que, em alguns finais de semana, as casas saiam do papel e sejam erguidas. Tal programa foi copiado em São Paulo e poderia ser feito por aqui também.

Em Porto Alegre tivemos uma parceria da prefeitura com o governo federal para construção da Vila dos Papeleiros. É exatamente a isso que eu me refiro. Uma casa com o mínimo de decência para cada morador da cidade. Reparem como o visual do local melhorou (só não a segurança, mas isso é outro assunto), assim como a vida dos habitantes da vila.

Outro assunto é em relação aos moradores de ruas. Como estes habitam calçadas e locais famosos de Porto Alegre, melhorar a aparência da capital seria expulsá-los de sua "moradia". E estes, seres humanos como nós, são um problema social forte do nosso país. Pedintes em sinaleiras nem se fala. É uma situação constrangedora para ambos, tanto para quem é abordado como para quem tem que implorar por trocados. E as soluções para estes casos são sempre simples demais e de curta duração.
Leia mais...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Não é desvalorizar a orla

A orla do Guaíba, especialmente perto da Usina do Gasômetro, está completamente esquecida. Largada, abandonada, é utilizada hoje como moradia para mendigos. Duas coisas que não são dignas de uma capital que se orgulha em dizer que fica à beira de um rio. Primeiro porque oferecer alguns confortos aos seus cidadãos, modificar um pouco a natureza (sem deixá-la de lado), não é desvalorizar a orla. Segundo, uma cidade deveria abraçar todos seus habitantes, e não abandoná-los quando esses não possuem mais nada, a não ser suas lembranças e sua história de vida.


Há diversas árvores, mato, terra, poças da água, enfim, quase que a mata nativa. Claro, sempre temos que cuidar do meio ambiente, ecologia, etcétera e tal, mas podemos também ter mais contato com a natureza (se ela não for a selva que é hoje ali), caminhar na beira do rio, entre as árvores. O que quero dizer com tudo isso? Reforma já!


Poderíamos plantar árvores mais bonitas, ou ainda podar as que estão por lá. Um cuidado especial com as moitas (se é que é possível), para deixar um ambiente mais agradável, sem perder o ar de natureza. Bancos próximos à orla, para apreciar aquele belo pôr-do-sol que temos no Guaíba, postes de luz para que quando o rio engolir o sol os espectadores não tenham que sair correndo e quem sabé até um murinho de pedra para segurar o barranco que tem ao lado da avenida beira-rio são alternativas que não acabariam com a natureza da orla.


Os postes podem ser de estilo antigo, como os que colocaram na João Alfredo recentemente. Ou ainda pendurados no dito muro que separaria o elevado da avenida da beira do rio. Outra alternativa é colocar uma estrada de pedra na orla, mantendo as árvores para dar uma sombra para quem quiser passear por perto, e fazer um jardim para embelezar. Ficaria um pouco mais longe da natureza selvagem que hoje se apresenta por ali, mas também não transformaria o lugar numa selva de pedra.

Alguns restaurantes e bares poderiam ser construídos por ali. Uns 2 ou 3, não muita coisa. De repente, construí-los um pouco mais elevados do que o nível do rio, mas um pouco abaixo do nível da avenida. Um meio termo separando a cidade da orla. E as paredes seriam todas envidraçadas, para que a vista não fosse perdida.

Essas reformas nos permitiriam apreciar mais a beira do rio. E como disse antes, não significam desvalorizar a orla.

[A primeira foto foi tirada a poucos metros da Usina do Gasômetro, e as demais na orla da Barra do Ribeiro, município próximo à cidade de Guaíba.]
Leia mais...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O natural e o desleixado

Apesar de ser um terreno altamente utilizado pelos porto alegrenses, aquele pedaço de terra ao lado da Usina do Gasômetro está com aspecto de desleixo. Uma coisa é deixar natural, outra é esquecer de cuidar. É a diferença entre o gramado de uma casa habitada, onde é feito um trabalho de jardinagem, e um terreno baldio. Há espaços de terra batida, onde poças da água demora a secar.

Parte do terreno "natural" perto da Usina. Poças d'água e um gramado mal cuidado.

Muito trabalho não há para fazer. As pessoas que frequentam o lugar, especialmente para apreciar o pôr-do-sol, gostam de estender uma toalha e sentar em cima, tomar um chimarrão, clima de piquenique. Logo, deixemos o gramado ali. Mas é um cartão postal da cidade, merece, pelo menos, pequenos cuidados para ficar com uma aparência mais elegante.

Enfeiando o local: um troço de metal e uma estradinha de chão batido que podia ser de pedra, um pouco mais civilizado.

Outra coisa que chama a atenção - para o lado ruim - é aquele pedaço de metal corroído e pichado que fica nas proximidades. Para que serve? Para que foi feito? Por que ainda não o tiraram dali? Enfim, mais um ponto mal cuidado da orla do Guaíba. Se serve como mirante (vai saber), que façam um direito. Mexer um pouquinho não significa encher o local de concreto, e sim, construir quem sabe uma calcaça onde há terra batida e colocar grama por tudo - uma podada, natural, e não desleixada.
Leia mais...

sábado, 18 de setembro de 2010

Usina do Gasômetro


Um dos símbolos de nossa cidade é a antiga usina de energia elétrica que fica à beira do Guaíba. Antigamente serviu para alimentar Porto Alegre com eletricidade, mas hoje é um centro cultural e artístico onde acontecem diversos eventos. O local onde ela foi construída, a Volta do Gasômetro - nome dado por causa de uma antiga usina de gás hidrôgenio carbonado erguida em 1874 -, acabou nominando o complexo arquitetônico, que utilizava carvão para produzir energia elétrica.

A construção foi inaugurada em 1928 sob o comando da Companhia Brasil de Energia Elétrica. A chaminé, de 117 metros, foi concluída nove anos depois, servindo para amenizar os efeitos causados pela emissão da fuligem. A Companhia Brasil geriu a eletricidade e o transporte elétrico na cidade até 1954, e a usina permaneceu em funcionamento até 1974, quando foi desativa e esquecida. Mais tarde foi reformada e virou centro cultural, e em 1991 foi aberta ao público, virando referência turística na cidade

Além disso tudo, a usina também é procurada pelos cidadãos porto alegrenses no final das tardes, especialmente nos finais de semana, pois de lá pode-se apreciar o belíssimo pôr-do-sol no Guaíba, cena marcante em quem vive na cidade. Há opções de ver o eclipse tanto no teraço da usina como na beira do rio, ou ainda em um passeio de barco.

Pôr-do-sol no Guaíba, cena marcante em Porto Alegre

A usina homengeia diversas personalidades gaúchas: Elis Regina Carvalho Costa (cantora de música popular brasileira) com uma estátua em bronze e um teatro; Julieta Battistioli (primeira vereadora de Porto Alegre) em uma sala de conferências; Paulo Fontoura Gastal (jornalista e crítico de cinema) em uma sala de cinema; Luís Nascimento Ramos, o Lunara (pioneiro da fotografia local) em um salão multiuso. Possui também salas reservadas para oficinas de teatro, dança e pintura.

Ou seja, fora os eventos e atividades culturais, quem quiser dar uma passada por lá pode presenciar parte da história de Porto Alegre ou ainda curtir o pôr-do-sol tomando um bom chimarrão!
Leia mais...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Orla do Guaíba

Um dos grandes orgulhos de Porto Alegre é também uma de suas maiores negligências: a orla do Guaíba. Os habitantes da capital dos gaúchos gritam aos quatro ventos o quão belo é o pôr-do-sol no rio, mas quase nenhum percebe o que fizemos ao poluir as águas e esquecer-mos de valorizar a sua orla. Por isso, uma das abordagens desse blog será em relação à isso, dividido em três tópicos:

Negligenciada: aqueles pontos da orla em que esquecemos do rio que banha a nossa cidade. Matos que nunca foram podados, natureza selvagem, difícil acesso às águas e locais pouco confortáveis para apreciar o tão falado pôr-do-sol;
Melhorada: algumas ideias de como poderíamos melhorar os pontos que estão ruins. Como não me canso de dizer, são as opiniões dos autores do blog, e mesmo que alguém não concorde, as postagens pelo menos servirão para dar um impulso à imaginação e, quem sabe, abrir os olhos da população;
Valorizada: os locais na orla em que foi dada alguma atenção; que são bonitos e bem cuidados; que nos fazem sentir-se bem; agradáveis.


Portanto, não é nada mais do que um levantamento de como está a orla do nosso querido Guaíba, tão mal tratado pelo lixo e poluição que despejamos nele diariamente, dos lugares bem cuidados até aqueles que parecem nunca terem recebido atenção nenhuma até hoje. E claro, para não ficar aqui só criticando, proponho algumas mudanças. Nada mais que simples ideias de o quê podemos fazer para valorizar o rio que banha nossa cidade, embelzar sua orla, para o aproveitarmos melhor. Não necessariamente o que temos que fazer, mas sim para causar uma mobilização para o que deveríamos fazer: cuidar melhor do nosso Guaíba!
Leia mais...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Centro Histórico

Porto Alegre é uma cidade que possui vários edifícios históricos conservados em seu Centro, sendo um destaque nacional por isso. Porém, devido a uma rápida expansão populacional ocorrida décadas atrás, a capital gaúcha destruíu parte de seu patrimônio para erguer prédios mais modernos e que comportassem um maior número de pessoas. Alguns não foram acabados, e outros estão se deteriorando. O resultado disso foi um Centro de contradições: prédios históricos cercados por construções velhas e mal cuidadas.


Reparem na foto acima. O Mercado Público, que com certeza é um dos prédios históricos mais bem utilizados da cidade, tem sua beleza e altivez manchadas pelos edifícios inacabados que estão caindo aos pedaços no fundo. A imagem mostra bem o contraste do Centro de Porto Alegre. Portanto, um dos intuitos deste blogue é trazer a tona um bairro esquecido, recuperando o charme dos velhos tempos, se não exatamente igual como era, então renovado e reconstruído, sempre aproveitando aquilo que há de bom e utilizando estruturas existentes que possuem pouco uso atualmente.

A seção Centro Histórico abordará isso, e está dividida da seguinte maneira:
     - Novo Centro: ideias mais amplas de como devemos renovar o bairro, os acertos e os erros cometidos, e como na nossa cabeça devemos mudar o que hoje pensamos a respeito do Centro;
     - Lugares Interessantes: o que existe de bom no bairro;
     - Locais Esquecidos: locais existentes hoje no Centro que não são aproveitados pela população;
     - Transformações: algumas ideias de como podemos usufruir os locais esquecidos;
     - Estátuas e Monumentos: com o objetivo de embelezar o bairro, estátuas que se encontram espalhadas (e esquecidas) pela cidade poderiam ser transferidas para as ruas e logradouros do Centro.

Vale lembrar que este blogue não possui conotação política: as reformas que são propostas aqui são apenas para atiçar a imaginação dos mais intrépidos cidadãos porto alegrenses, que anseiam por alguma mudança e por uma valorização da cidade que tanto amam. Na verdade vale para todos. Não há a necessidade de concordarem com tudo o que é escrito aqui, basta apenas que os textos lhes permitam visualizar a cidade que desejariam que Porto Alegre fosse. Claro, sempre preservando a identidade, o charme e a sutileza da nossa querida capital!
Leia mais...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Largo dos Açorianos

É um logradouro público que marca o início da história de Porto Alegre. Nele há o Monumento aos Açorianos, a Ponte de Pedra e o Centro Administrativo do Estado do Rio Grande do Sul, o famoso prédio rampa de skate. O local serve apenas como uma boa fotografia: realmente não há nada mais para se fazer por lá. Mas, é um lugar histórico para a capital dos gaúchos.


O Monumento aos Açorianos foi constuído em 1973 pelo escultor Carlos Tenius. Feito de aço, é uma caravela composta de corpos entrelaçados, possuindo na frente uma figura alada que seria o mitológico Ícaro - aquele que saiu voando da ilha de Creta com asas fabricadas com penas e cera. É uma homenagem aos sessenta casais de açorianos que desembarcaram na região em 1752 e deram origem mais tarde à cidade de Porto Alegre.

A Ponte de Pedra servia para a travessia de um dos braços do Arroio Dilúvio e foi inaugurada em 1848 por ordem do então presidente da província Conde de Caxias. Era a única ligação entre as chácaras da zona sul e o centro da cidade. Como o arroio começou a ser retificado em 1937, tendo seu curso planejado entre as duas pistas da Avenida Ipiranga, a ponte perdeu sua utilidade, mas ficou como memória de tempos antigos, sendo tombada em 1979.
Leia mais...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mais estátuas para Porto Alegre

Já falei aqui que gostaria de ver um Centro repleto de estátuas e monumentos. E, além daquelas que hoje figuram em logradouros públicos por diversas regiões da cidade, que poderiam ser transferidas para o dito bairro, há mais algumas que poderiam enfeitar nossa bela capital.


01. Estátua da Samaritana

Ela foi instalada em 1925 na frente da antiga prefeitura, onde hoje fica um chafariz presenteado pela comunidade espanhola. É uma escultura de uma camponesa segurando um cântaro, e permaneceu ali por 10 anos, sendo então transferida para a Praça da Alfândega. Ali ela sobreviveu, notem o termo, por quase 7 décadas, até ser - prestem bem atenção - serrada ao meio por vândalos. Isso mesmo que você leu. Desde 2002 a estátua está em um depósito da prefeitura dividida em duas partes, fruto do trabalho de gloriosos cidadãos de Porto Alegre.

Estátua da Samaritana em dois momentos: na Praça da Alfândega; e no detalhe partida em dois num depósito da prefeitura

Essa, com certeza, deveria ser reintegrada ao cenário porto alegrense. De repente em outra praça, já que a da Alfândega passa por um processo de renovação na qual a Samaritana não foi inclusa - e nem poderia no estado em que está.


02. Belas Artes

As cidades européias estão enfeitadas com estátuas de deuses gregos. São as famosas esculturas das Belas Artes. O Instituto de Artes (IA) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) possui algumas delas. Poderiam ser feitas diversas delas em larga escala e espalhadas pelos logradouros do Centro. Isso, claro, se uma séria reforma para recuperação do bairro fosse feita. Poderiam, também, enfeitar as ruas - muitas cidades fazem isso. O fato é que elas só teriam coisas boas a acrescentar.

O deus Apolo e a Vênus de Milo


03. A obra não terminada de Caringi

Antônio Caringi foi um escultor gaúcho, nascido em Pelotas, de suma importância não só para o nosso Estado, como para todo o Brasil. Um de seus mais audaciosos projetos consistia em uma estátua de 45 metros para o Duque de Caxias, intitulada de 'O Pacificador', em homenagem ao general que acabou com diversos movimentos separatistas do nosso país e manteve a pátria unificada. Esse, que seria o maior monumento das Américas, nunca saiu da maquete de gesso que ainda resta.

Duque de Caxias e Antônio Caringi

Deveria ser colocada no Parque Farroupilha. A pedra fundamental foi lançada em 1945, mas o projeto não foi adiante devido à falta de verbas públicas. Hoje em dia, ela poderia ser concluída. Vão investir quantidades enormes de dinheiro para a infra-estrutura necessária para a Copa do Mundo. Ou seja, verba tem, falta vontade. Além do mais, o escultor pelotense também poderia ser homenageado. Na verdade, estamos devendo essa para ele.
Leia mais...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Estátuas perdidas II

Qual é o primeiro monumento ou a primeira estátua de Porto Alegre? Levando em conta que a capital gaúcha passa dos duzentos anos pode ser que eles nem existam mais. Ou será que enfrentam o esquecimento e a depredação característicos dos marcos históricos da cidade? Felizmente eles ainda figuram em praças públicas. Infelizmente possuem uma longa história de negligência.

Vamos voltar para Porto Alegre em meados do século XIX. A Cia Hidráulica, no intuito de fornecer água potável aos habitantes gaúchos, instalou diversos chafarizes pela cidade. Porém, em 1866, um deles prestara homenagem ao Rio Guaíba. Composto por cinco estátuas, quatro que representavam seus afluentes, Caí, Gravataí, Jacuí e Sinos, e outra em cima do chafariz central que exaltava o próprio rio, o monumento foi instalado na Praça da Matriz projetado por José Obino.

Monumento na Praça da Matriz, com o Theatro São Pedro ao fundo.

Em 1910 foi destruído para a construção do monumento a Julio de Castilhos. As cinco estátuas ficaram em um depósito até 1923, quando foram vendidas separadamente a proprietários privados. Uma campanha do Correio do Povo mobilizou a prefeitura para recomprar as mesmas, fato que só ocorreu em 1935, quando as quatro estátuas dos afluentes foram instaladas na praça Dom Sebastião. A estátua para o Guaíba, entretanto, continua em mãos privadas até hoje.












Há duas estátuas de mulheres - como a da esquerda - denominadas Cahy e Sinos (basta ler a inscrição no pedestal) e duas de homens - como a da direita - denominadas Gravatahy e Jacuhy.

Mesmo assim, a triste histórias dessas estátuas não termina por aí. Em 1983 elas foram retiradas da praça depois de passarem por diversas depreciações. Foram alvo depolêmica três anos depois, quando o governo foi acusado de tê-las esquecido, e só retornaram ao logradouro em 1996. Um espelho da água foi criado, mas hoje em dia o que se tem por lá é só concreto.














Estado atual do monumento na Praça Dom Sebastião, ao lado do Colégio Rosário.

Bom, agora resta a primeira estátua para uma pessoa de Porto Alegre. Como já explicado anteriormente, a Revolução Farroupilha foi e ainda é um marco da nossa história que mexe com o povo gaúcho. Sabemos que os revoltosos tomaram Porto Alegre em 20 de setembro de 1835. A capital gaúcha, no entanto, sempre foi leal ao Império do Brasil. Basta ler a inscrição no seu brasão: leal e valorosa cidade de Porto Alegre. O tenente-general Manuel Marques de Sousa III foi vital na retomada da cidade em 15 de junho de 1836. Ficou conhecido como Conde de Porto Alegre. A capital gaúcha, no entanto, mereceu as nobres palavras de seu brasão por resistir a um dos maiores cercos a uma cidade brasileira da história, que durou 1.283 dias, terminando somente em dezembro de 1840.

O Conde de Porto Alegre

Em dívida com o bravo militar, a cidade se viu obrigada a homenageá-lo. Uma estátua gigantesca foi encomendada, com um pedestal de 8 metros repleto de detalhes e alegorias. Porém, o que se teve foi uma pequena escultura inaugurada na Praça da Matriz em 1885, com 4 anos de atraso do previsto no seu projeto, numa solenidade que contou com a presença da Princesa Isabel. A estátua foi movida em 1912 para a atual Praça do Conde, onde está até hoje.

Estátua na Praça do Conde

Novamente Porto Alegre nos brinda com seu descaso com a sua própria história. A espada do Conde está quebrada, assim como braços e narizes do monumento ao Guaíba, cuja peça principal não está nem em mãos públicas. Além do mais a estátua e o monumento mais antigos da cidade enfrentam melancolicamente o esquecimento e o vandalismo.

Leia mais...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Estátuas perdidas I

Se analisarmos a história do nosso estado, veremos que há um consenso de que a parte mais importante e lembrada dela é a Revolução Farroupilha. Dos que lutaram nela, o único que é conhecido internacionalmente é Giuseppe Garibaldi. Ele tem estátuas em sua homenagem no mundo inteiro, inclusive aqui. Aliás, temos também um belíssimo monumento para Bento Gonçalves. Só que, ao meu ver, essas esculturas não possuem destaque algum. Sim, os herois da nossa terra passam despercibos no nosso dia-a-dia. E pior: estão parcialmente destruídos por vândalos e pelo tempo.

Monumento para Bento Gonçalves, corroído e pichado, na Praça Piratini

A Revolução Farroupilha foi um movimento elitista do Rio Grande do Sul ocorrido no século XIX, liderado pelo general Bento Gonçalves da Silva. O governo monárquico brasileiro impôs altas taxas ao charque gaúcho, principal economia do estado na época, e incentivou a importação do produto proveniente da região do Rio da Prata. Além disso, o sal, essencial para a produção do charque, teve sua taxa de importação aumentada. Os ricos estancieiros, revoltados, tomaram Porto Alegre, a capital gaúcha, em 20 de setembro de 1835, exigindo um novo presidente para a província que atendesse aos interesses deles. Como a resposta do imperador brasileiro foi transferir a capital para a cidade de Rio Grande e iniciar uma ofensiva aos revoltosos, o povo gaúcho não viu outra alternativa a não ser ir à luta.

Com o apelo popular crescendo conforme a guerra se desencadeava, o general Antônio de Sousa Netto proclamou a República Piratini no dia 11 de setembro de 1836, dois dias após impor uma derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival que parecia impossível de acontecer. O movimento passava a ter caráter separatista e a se preocupar com outras questões também, como a abolição da escravidão. Inspirado por movimentos desse tipo ocorridos anteriormente, como as revoluções americana e francesa, desembarca na província no ano seguinte o italiano Giuseppe Garibaldi. Durante a Guerra dos Farrapos, nome dado ao conflito entre o agora exército rio grandense e os imperiais brasileiros, ele conhece Anita, que junto com ele, ficou conhecida mundialmente por lutar na unificação italiana, a partir de 1848.

A guerra só teve fim em 28 de fevereiro de 1845, quando os farroupilhas foram derrotados em Poncho Verde e assinaram o tratado de paz com o general Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias. Apenas no século seguinte é que o histórico conflito foi utilizado para definir o caráter do gaúcho, e hoje em dia ele é conhecido por praticamente toda a população do Estado do Rio Grande do Sul.

Em 1915, Porto Alegre foi presenteada pela comunidade italiana, já que o estado é uma forte colônia do país, com uma estátua em mármore de carrara em homenagem a Giuseppe e Anita Garibaldi, feita pelo pintor e escultor Filadelfo Simi (1849-1923). Ela está lá até hoje, esquecida, deteriorando-se com o tempo. O local também não é propício: em meio a um arvoredo e de frente para um local não muito movimentado da cidade.

Homenagem a Giuseppe e Anita, super mal tratada

Já Antonio Caringi (1905-1981), que fez inúmeros monumentos no estado, inclusive o Laçador, prestou sua homenagem ao líder farroupilha Bento Gonçalves. A estátua de cobre foi inaugurada em Porto Alegre em 1936, na Praça Redenção, e ocupa seu local atual, a Praça Piratini, desde 1941. É uma escultura também negligenciada, corroída e pichada, que não recebe destaque algum.

Caringi confeccionando a estátua de Bento

Precisamos, urgentemente, restaurar esses monumentos e dar a eles a atenção e o destaque merecidos. Temos orgulho de nossa história, mas esquecemos dos nossos herois, daqueles responsáveis por construir o estado maravilhoso em que vivemos hoje. E olha que Porto Alegre já foi eleita Capital Cultural do Mercosul. Vamos fazer valer esse título.

Leia mais...
 

Descobrindo Porto Alegre Copyright © 2009 WoodMag is Designed by Ipietoon for Free Blogger Template